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No vermelho, Sercomtel quer zerar prejuízo até o fim do ano

Após amargar dois anos seguidos de resultados negativos que somam R$ 60 milhões, a Sercomtel, empresa de telecomunicações estatal que opera em Londrina, no Norte do estado, quer encerrar 2014 com as contas no azul. O prejuízo contábil apresentado pela companhia no primeiro semestre de 2014 recuou para R$ 496 mil. Com isso, o Ebtida da empresa – indicador que mede o lucro antes dos juros, impostos, depreciações e amortizações –, passou de -2,5% para 16%.

O presidente da Sercomtel, Christian Schneider, explica que para chegar a estes indicadores foi preciso cortar despesas e incrementar a receita. Os gastos no primeiro semestre de 2014 alcançaram os R$ 108,3 milhões, ou seja, foram 6% menores do que os contabilizados no mesmo período do ano passado. Isso garantiu, segundo ele, uma economia de R$ 7 milhões. Ao mesmo tempo, a receita foi elevada para R$ 107,8 milhões, 5,03% acima da receita do primeiro semestre de 2013. “No final, calculamos uma melhoria no nosso resultado contábil de quase 16%”, observa Schneider.

Um dos caminhos para zerar o prejuízo tem sido justamente o corte de despesas. No auge da crise, a empresa fechou duas Adateis falidas – empresas de tevê a cabo de Osasco (SP) e São José (SC) – e uma tevê por assinatura MMDS em Maringá. Também demitiu 150 funcionários e, após ajustes na administração, como a fusão de diretorias, vem economizando mais com pessoal. A folha de pagamento passou de 35% para 21% das receitas operacionais líquidas. Ainda assim, a empresa tem cerca de 1,2 mil colaboradores.

Mudança

A política fiscal adotada pela Sercomtel também sofreu alterações. “Tínhamos uma política fiscal extremamente conservadora e, analisando o comportamento de outras empresas, foi feita uma nova interpretação para o pagamento de impostos como ICMS, PIS e Cofins”, exemplifica o presidente da empresa, ao citar que antes a Sercomtel vinha pagando taxas sobre todas as ações feitas na rede de telefonia, o que incluía não apenas serviços, mas também a manutenção. “Conseguimos desmembrar os serviços de manutenção, sem onerar o cliente”, pontua. Para se ter uma noção da economia gerada com a medida, só a diferença tributada sobre o ICMS devido é de R$ 700 mil ao mês.

Outra iniciativa que tem ajudado a tirar a empresa do vermelho, segundo Schneider, é a ampliação da planta de acesso. O crescimento líquido no primeiro semestre do ano foi de 11%. A empresa também expandiu as operações, alcançando 73 municípios paranaenses com os serviços de telefonia.

Schneider diz que a empresa está trazendo serviços quadriplay – que incluem a oferta de telefonia fixa, celular, banda larga e tevê por assinatura –, para Londrina, e que estuda o atendimento a mais 33 municípios através de fibra ótica. “Estamos caminhando dentro do cronograma. Graças a uma reengenharia interna, fizemos a virada da empresa. Agora, precisamos expandi-la para voltar a gerar lucro para seus associados”, define.

Setor de banda larga é aposta da empresa para reverter prejuízo

Um dos novos projetos da Sercomtel em andamento é a expansão da oferta de serviços de banda larga no Paraná. O crescimento no ano passado foi quase quatro vezes superior ao registrado em 2012. “A Sercomtel vai ao mercado”, diz o presidente da empresa, Christian Schneider, ao defender que a empresa tem buscado novos mercados para se recuperar do prejuízo.

A companhia também está investindo na estrutura de centralização e controle desta rede. Hoje, a maior parte das cidades atendidas tem o serviço por meio de uma parceria com a Companhia Paranaense de Energia Elétrica (Copel).

Está previsto ainda o recebimento de um último aporte, no valor de R$ 16 milhões, para dar encaminhamento à nova fase de organização da empresa. Neste ano, a Sercomtel já recebeu R$ 14 milhões da prefeitura de Londrina e da Copel, ambas sócias da companhia. “O primeiro aporte veio para uma reestruturação do fluxo de caixa. A segunda parcela será no sentido de gerar capacidade de investimento para a empresa”, explica Schneider. Parte dos novos recursos deve vir de terrenos doados pela prefeitura e que estão em fase de monetização.

Reconhecimento: Companhia aparece em ranking de crescimento

A reestruturação da Sercomtel já levou a empresa a aparecer no ranking das “Campeãs de Crescimento”, do Anuário Telecom 2014, desenvolvido pelo grupo Fórum Editorial, com supervisão da Fundação Getúlio Vargas (FGV). A publicação lista as dez empresas de telecomunicações que mais cresceram no Brasil no último ano. A estatal de Londrina ocupa o 5º lugar na classificação.

O material comparou as empresas por evolução da receita líquida no ano fiscal de 2013. A publicação existe desde 1991.

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