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Paralisação mobiliza trabalhadores nos principais aeroportos do país

A paralisação dos trabalhadores da aviação tem cancelado e atrasado voos nos principais aeroportos do país. A Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) registrou, até as 10h, 148 voos domésticos atrasados (19,5% do total) e 66 cancelados (8,7% do total), dos 760 voos programados no país.

Em São Paulo, o movimento atingiu Congonhas, na zona sul da capital, Gru-Airport, em Guarulhos, e Viracopos, em Campinas. A interrupção dos serviços ocorreu entre as 6h e as 7h de hoje (22) e teve a participação de aeroviários que trabalham em solo, como agentes de atendimento, mecânicos e operadores de equipamentos, e aeronautas.

No Aeroporto Internacional de Brasília – Presidente  Juscelino Kubtischek, segundo a Inframérica, concessionária que administra o aeroporto, dos 57 voos previstos entre 0h e 9h, sete tiveram atrasos acima de 30 minutos, tanto na chegada quanto na partida. Um voo foi cancelado.

No Rio, o Aeroporto Santos Dumont registrou quatro voos cancelados e quatro atrasados, dos 14 previstos até as 7h de hoje (22). O Aeroporto Internacional Tom Jobim (Riogaleão) teve dois voos atrasados, dos 14 previstos até o horário. As informações são da Infraero.

Em São Paulo, de acordo com a Infraero, Congonhas registrou 12 voos cancelados e 12 atrasados entre os 37 que estavam previstos desde o início da paralisação até as 8h. Viracopos teve quatro cancelamentos entre os dez voos previstos.

A TAM Linha Aéreas informou que, em decorrência do movimento, dos 43 voos programados para o período de greve pela companhia nos aeroportos em que opera, 25 sofreram atrasos acima de 30 minutos.

A assessoria de imprensa do Gru-Airport informou que a Polícia Militar foi acionada para garantir a segurança de todos durante os protestos. Nesse aeroporto, dez voos tiveram atrasos superiores a 30 minutos, entre as 18 partidas que estavam programadas. Não houve cancelamentos. Há previsão de efeito cascata nesses aeroportos para os próximos voos.

A assembleia dos trabalhadores está marcada para as 15h de hoje, de acordo com a Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil (Fentac), vinculada à Central Única dos Trabalhadores (CUT). As categorias pedem reajuste de 8,5% nos salários e benefícios, além de reivindicar questões ligadas ao gerenciamento de risco do cansaço dos tripulantes e à segurança de voo. Na sexta-feira (23), às 14h, ocorrerá audiência de conciliação entre a Fentac e o Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea) no Tribunal Superior do Trabalho, em Brasília.

Segundo decisão do ministro Barros Levenhagen, do Tribunal Superior do Trabalho (TST), os grevistas devem manter, no mínimo, 80% do serviço durante a paralisação, inclusive no horário das 6 às 7h. A multa diária em caso de descumprimento é R$ 100 mil.

O Snea argumenta que a paralisação durante a alta temporada de viagens pode trazer prejuízos irreparáveis ou de difícil reparação para os usuários do transporte aéreo. O Snea sustenta que a paralisação é ilegal por ter sido deflagrada sem o esgotamento das tentativas de negociação.

Entre as reivindicações dos aeroviários, estão a criação de piso para agente de check-in, vale-refeição de R$ 16,65 para jornada de trabalho de até seis horas, de R$ 22,71 para os demais, seguro de vida no valor de R$ 20 mil, cesta básica de R$ 326,67 e jornada de 36 horas semanais. Os aeronautas pedem a definição de valores para as diárias internacionais, o fim do teto para o vale-alimentação, o pagamento para jornadas semanais acima de 44 horas, aumento de folgas mensais, a limitação de trabalho em madrugadas consecutivas, remuneração das horas de solo e plano de previdência privada.

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