Os cerca de 100 mil usuários que diariamente utilizam o transporte coletivo de Cascavel, no Oeste do Paraná, tiveram que encontrar meios alternativos para se locomoverem nesta terça-feira (20). O Sinttracovel (Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo de Cascavel), que na semana passada iniciou uma greve parcial, decidiu radicalizar e paralisou totalmente a frota das duas empresas – Viação Capital do Oeste e Pioneira – que exploram o transporte de passageiros urbanos.
Paulino Moreira, vice-presidente do Sinttracovel, diz que a categoria está unida e disposta a negociar desde que as empresas apresentem uma proposta “decente”. As empresas ofereceram 7,33% de reajuste, mas o sindicato quer 12%. Motoristas e cobradores fazem piquetes em frente às garagens das empresas desde a madrugada. “Essa greve pode acabar a qualquer momento, mas desde que o patrão venha com uma proposta decente. Se ele vier com essa proposta indecorosa a paralisação vai continuar, a categoria está mais que unida e não vai baixar a guarda de forma alguma”, diz.
Segundo Moreira, 100% da categoria aderiu a paralisação e amanhã haverá uma reunião de conciliação no TRT (Tribunal Regional do Trabalho) em Curitiba. “A expectativa é grande, nós temos a expectativa de que eles vão com uma proposta para lá. Infelizmente se o patrão não apresentar nenhuma proposta a luta vai continuar”, declara.
Outro ponto de discordância entre patrões e empregados são os chamados "micrões", ônibus onde não há cobrador. Desde novembro do ano passado, ações do sindicato impedem a circulação deste tipo de coletivo na cidade.
Elaine Matté mora em Corbélia, mas trabalha em Cascavel e foi pega de surpresa com a paralisação dos ônibus. “Como que o pessoal vai fazer? Esse transporte não é de graça, alguma coisa a gente está pagando por isso e não conseguimos chegar ao trabalho. Acho que eles têm o direito de reivindicar, mas deixar o povo na mão por completo não é legal”, afirma.
Fonte: Gazeta do Povo.
