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Tem início a Campanha Nacional de Combate a Seca

Muito se fala em falta de água e que, num futuro próximo, teremos uma guerra em busca de água potável. O Brasil é um país privilegiado, pois aqui estão 11,6% de toda a água doce do planeta. Aqui também se encontra o maior rio do mundo - o Amazonas - e o maior reservatório de água subterrânea do planeta - o Sistema Aquífero Guarani.

Na última quinta-feira, teve início a campanha que definiu o dia 19 de Março como o Dia Nacional de Combate à Seca. A ação de revitalização dos mananciais idealizada pela FENATEMA, ocorreu em Nazaré Paulista, onde foram replantadas cerca de mil mudas ás margens do Cantareira.

Uma pesquisa conjunta da Embrapa, CNPq e Unicamp apontou que o problema do sistema Cantareira é o reflorestamento. Os especialistas descobriram que há um déficit de árvores de 34,5 mil hectares na região da bacia (para se ter uma ideia do tamanho do problema, cada hectare é do tamanho de um campo de futebol). A situação é tão dramática e caótica que apenas 10% dos topos de morros e das margens do sistema Cantareira têm mata nativa.

O abastecimento do sistema Cantareira, que agoniza desde o ano passado poderia ser melhor, se houvesse mais investimento nas nascentes.

Em Nazaré Paulista, o replantio de espécies de mata ciliar contribuirá para a melhoria da qualidade do ar e do equilíbrio térmico terrestre e aquático do Cantareira.

Para Joaquim Júnior (PT) prefeito, essa atitude é o que precisa ser feito nessa região, onde as margens precisam ser recuperadas, “nós damos o maior apoio e somos parceiros onde nos empenharemos para que sejam ampliadas esta ação da FENATEMA, pois essa iniciativa é de suma importância para o meio ambiente e principalmente para ajudar a conter essa crise hídrica que vivemos e principalmente aqui, as margens do Cantareira". 

Segundo o presidente da câmara João Batista (PV) é necessário unir toda a população e os órgãos públicos para juntos também fazerem o replantio e recuperação das nascentes e margens dos rios, pois é muito importante e parabéns a FENATEMA pela iniciativa.

O Presidente da Nova Central Sindical-SP Luiz Gonçalves (Luizinho) que esteve presente e também plantou a sua arvore, parabenizou a FENATEMA e os sindicatos filiados que juntos demonstram e mostram para os órgãos competentes que e preciso fazer um investimento em replantação e preservação, ele frisou também a ocupação desordenada e o desmatamento, que acaba por secar todas as nascentes, pois segundo ele ainda o governos está preocupado apenas em vender ações e não em fazer investimento e preservação dos rios e represas.

Eduardo Annunciato presidente da FENATEMA, ressalta que foi apenas o primeiro ato de muitos que virão, “Isto daqui é para tentar despertar nas pessoas a necessidade de plantar arvores para deixar um mundo melhor para os nossos filhos e para as próximas gerações”. Chicão afirma ainda que sindicalismo se faz com atitudes e que apenas falar não resolve nada. “Os sindicatos filiados e a FENATEMA dão um recado e uma lição aos governantes deste país com esta ação”. E finalizou com uma mensagem direta aos governantes: “chega de falar, vamos agir.

André Paladino presidente dos Eletricitários de Ipaussu e vice presidente da FENATEMA ressaltou que as mil mudas plantadas as margens do Cantareira é apenas o começo, pois o objetivo é chegar a 12 mil mudas em 2015, “se cada entidade filiada a FENATEMA se comprometer a plantar 50 mudas mensalmente, alcançaremos essa meta este ano”. E Paladino finalizou dizendo “Agua é vida, e é preciso que comecemos a lutar por ela, reflorestando a margens dos rios, pois é assustador ver o Cantareira nesta situação, mais de 20 metros abaixo do nível normal”.

Este é um momento de reflexão, afirma Sério Canuto vice presidente dos Eletricitários de São Paulo onde todos temos que analisar o nosso dever com relação ao meio ambiente, é preciso que esta iniciativa prospere e progrida, sendo exemplo para todas as entidades e pessoas, pois só assim teremos um mundo sustentável, e possamos corrigir todos os erros que cometemos com os recursos hídricos, pois a sociedade está sedenta de uma qualidade de vida melhor”.

Mais do que plantar mudas, a Campanha Nacional de combate à seca, busca fomentar na população a conservação e preservação aos mananciais, nascentes e rios.

Entenda




As matas ciliares exercem importante papel na proteção dos cursos d'água contra o assoreamento e a contaminação com defensivos agrícolas, além de, em muitos casos, se constituírem nos únicos remanescentes florestais das propriedades rurais sendo, portanto, essenciais para a conservação da fauna. Estas peculiaridades conferem às matas ciliares um grande aparato de leis, decretos e resoluções visando sua preservação.

O novo Código Florestal (Lei n.° 4.777/65) desde 1965 inclui as matas ciliares na categoria de áreas de preservação permanente. Assim toda a vegetação natural (arbórea ou não) presente ao longo das margens dos rios e ao redor de nascentes e de reservatórios deve ser preservada.

De acordo com o artigo 2° desta lei, a largura da faixa de mata ciliar a ser preservada está relacionada com a largura do curso d'água. A tabela abaixo apresenta as dimensões das faixas de mata ciliar em relação à largura dos rios, lagos, etc.



Um ecossistema torna-se degradado quando perde sua capacidade de recuperação natural após distúrbios, ou seja, perde sua resiliência. Dependendo da intensidade do distúrbio, fatores essenciais para a manutenção da resiliência como, banco de plântulas e de sementes no solo, capacidade de rebrota das espécies, chuva de sementes, dentre outros, podem ser perdidos, dificultando o processo de regeneração natural ou tornando-o extremamente lento.

Uma floresta ciliar está sujeita a distúrbios naturais como queda de árvores, deslizamentos de terra, raios etc., que resultam em clareiras, ou seja, aberturas no dossel, que são cicatrizadas através da colonização por espécies pioneiras seguidas de espécies secundárias.

Distúrbios provocados por atividades humanas têm, na maioria das vezes, maior intensidade do que os naturais, comprometendo a sucessão secundária na área afetada. As principais causas de degradação das matas ciliares são o desmatamento para extensão da área cultivada nas propriedades rurais, para expansão de áreas urbanas e para obtenção de madeira, os incêndios, a extração de areia nos rios, os empreendimentos turísticos mal planejados etc.

Em muitas áreas ciliares, o processo de degradação é antigo, tendo iniciado com o desmatamento para transformação da área em campo de cultivo ou em pastagem. Com o passar do tempo e, dependendo da intensidade de uso, a degradação pode ser agravada através da redução da fertilidade do solo pela exportação de nutrientes pelas culturas e, ou, pela prática da queima de restos vegetais e de pastagens, da compactação e da erosão do solo pelo pisoteio do gado e pelo trânsito de máquinas agrícolas.

Fonte: Fenatema.

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