Nas assembleias do Saemac, é esmagadora a maioria de votos dos
saneparianos pela rejeição da proposta da Sanepar. E nem poderia ser diferente,
pois a posição da empresa demonstra má vontade e má fé com os trabalhadores.
É má vontade e má fé dizer que a situação econômica e a crise política no país impedem melhorias
nas condições de remuneração dos saneparianos. O lucro da Sanepar em 2015 foi
de 438 milhões. No mesmo período, as tarifas da Sanepar subiram 30%. O que
justifica que os salários tenham apenas a reposição da inflação (11,08%)?
A inflação vem, continuamente, dia após dia e mês a mês, corroendo o poder
aquisitivo do trabalhador e a reposição da inflação, apenas, não resolve a
corrosão no poder aquisitivo.
É má vontade e má fé dizer que não dá para fazer uma proposta melhor, enquanto para
distribuição de lucro aos acionistas a disposição é bem outra: foram logo
distribuindo para eles a maior parte do lucro.
Também é má vontade e má fé
apresentar uma proposta pífia aos trabalhadores, enquanto destinam recursos e
mais recursos para patrocínio dos cartolas do futebol, sendo que a Sanepar nem
precisa de propaganda para manter sua posição de mercado, uma vez que não
enfrenta concorrentes.
Por isso as assembleias disseram NÃO!
POR QUE REJEITAMOS A PROPOSTA
EM ASSEMBLEIA?
A Diretoria do Saemac decidiu por levar ao debate e à decisão das assembleias
de trabalhadores a proposta da empresa, com
a orientação de que a proposta fosse rejeitada, ao invés de rejeitar só
em mesa de reunião, por bons motivos:
- Primeiro, porque a proposta é ruim e é importante que os próprios
trabalhadores deixem isso bem claro para a Sanepar;
- Segundo, porque ao rejeitar a proposta em assembleias convocadas
seguindo os requisitos legais, estamos dando um passo adiante para uma
paralização, sem correr risco de ter a greve questionada. Se tivéssemos
rejeitado em mesa, como alguns andam sugerindo, teríamos que fazer as
assembleias de todo jeito, se precisarmos entrar em greve.
Conclusão: agora a empresa já sabe que os saneparianos repudiam essa
proposta, se precisarmos cruzar os braços numa paralisação, nós já temos as
coisas encaminhadas.